Um pequeno universo no entorno do Sabino
Rafaela Pascotto fala sobre como foi criar o mapa ilustrado da região
Restaurantes, bares, galerias, museus, feira de rua, prédios históricos, ciclofaixa… o entorno do Sabino, no bairro paulistano de Pinheiros, é pulsante e repleto de cultura. Alguns desses pontos podem ser vistos no mapa ilustrado da região criado exclusivamente para a MOS por Rafaela Pascotto. Com formação na Escola Britânica de Artes Criativas, a ilustradora de São Paulo costuma fazer trabalhos comissionados para livros, revistas e peças publicitárias. Na conversa a seguir, ela fala sobre o desenvolvimento desse trabalho: “Criar o mapa foi como criar um pequeno universo, com pequenas narrativas acontecendo”.
O que a inspira e como é o seu processo criativo?
O que me inspira é o cotidiano, coisas que acontecem comigo, coisas que eu vejo. O meu processo é muito conectado a narrativa. Num primeiro momento ele é baseado na realidade, mas durante o processo do desenho me vêm mil pensamentos fantasiosos (muitas vezes absurdos) que poderiam se relacionar com aquele objeto concreto e mundano que estou desenhando. Também gosto de desenhar meus sonhos e pensamentos, para assim colocá-los no mundo.
Como foi criar o mapa ilustrado do Sabino?
Criar essa ilustração foi um processo bem minucioso. Foram várias etapas até chegarmos ao resultado final. Apesar de serem desenhos de observação, com um objetivo de comunicar informações de forma clara, criar o mapa foi como criar um pequeno universo, com pequenas narrativas acontecendo.

Como foi a escolha dos tons, traços e ilustrações? O que você quis realçar?
A escolha de tons foi determinada em conjunto com os designers e a equipe da MOS, de forma que transmitisse a tranquilidade e o conforto do bairro. Os pontos que ilustrei no mapa foram escolhidos para indicar a praticidade da região e a proximidade com espaços culturais e de lazer.
Como foi a pesquisa para criar o mapa?
Para esse projeto visitei os pontos que iria ilustrar, caminhando e tendo a sensação de como é o bairro. O momento mais imersivo foi o de passar um tempo na praça Horácio Sabino, que é um lugar muito importante para o projeto. Lá consegui observar as pessoas, atividades e especificidades da região.
Como você descreveria sua estética?
Uma coisa muito importante na minha estética são as cores. Eu, pessoalmente, gosto de usar muitas cores vibrantes, que nem sempre seriam consideradas uma combinação harmônica. Nesse projeto não cabia usar isso, mas mesmo assim sinto que consigo usar bem as proporções das cores e onde colocar cada uma, porque é algo que me interessa muito. Então mesmo com uma paleta definida, o jeito de usar as cores é algo que eu sempre considero.
Que ilustradores você admira?
Diariamente vejo diversos artistas que admiro, muito devido às redes sociais. Recentemente, alguns nomes que têm me inspirado são Madalena Matoso, Inês Viegas Oliveira, Elisa Carareto, Jesús Cisneros, Marika Maijala, Anna Cunha, Mariana Zanetti e Tara Booth, entre muitos outros.